quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Pursers, Trajeto e Tripulantes

Agora já tenho um caixa, a responsabilidade aumentou. Trabalho como Junior Assistant Purser, o nome é bonito quando está em outro idioma. Os Pursers cuidam de tudo relacionado a hotelaria dentro do cruzeiro, existem vários níveis de Pursers e eu só estou começando.

Para os que trabalham com alimentos e bebidas, a vida é mais complicada. Enquanto eu e meus amigos trabalhamos uma média de nove horas por dia, os garçons, ajudantes e auxiliares de restaurante parecem trabalhar umas doze horas no mínimo. Vários são aqueles que já estão indo para o quarto ou quinto contrato, mas até agora não conheci um que tenha me dito: Adoro meu trabalho!

Os que trabalham no cassino, lojas, fotografia e entretenimento possuem mais chances de sair e conhecer todos os portos em que paramos (cassinos e lojas não abrem quando o navio está atracado; entretenimento sem gente no navio também não conta, isso diminui em grande parte as responsabilidades diárias). Os fotógrafos precisam gostar do que fazem e saber algo sobre fotografia, o inglês é muito importante na hora de mandar sorrir, animar a festa e posicionar os hóspedes mais afoitos.

Dentro do setor de serviços aos hóspedes temos também os camareiros, estes são na maioria Filipinos, sempre muito dispostos, fazem um bom dinheiro no fim do mês por conta das gorjetas.

Meu navio, o Crown Princess faz um trajeto que dura sete dias e abrange boa parte do Caribe: primeiro dia estamos no porto de Fort Lauderdale; segundo estamos no mar; no terceiro ficamos em Grand Cayman, a maior das ilhas Caimã; quarto dia Roatã; quinto sempre em Cozumel; no sexto dia o barco segue navegando e no sétimo ficamos em Princess Cays, ilha exclusiva para embarcações da empresa.

Enquanto o barco segue seu caminho, eu sigo o meu curso. Agora já é hora de voltar para dentro do barco, daqui a dez minutos preciso me apresentar para o treinamento de emergência que acontece em todos os cruzeiros durante o primeiro dia.

2 comentários:

  1. Depois do temporal, a calmaria... o trabalho pode ser árduo, mas o sentimento de auto-realização, de satisfação e de conquista, supera qualquer coisa... arrisco até a dizer que tais sentimentos poderiam ser maiores ou equivalentes a felicidade de ver o salario no bolso depois...

    Não vejo a hora de embarcar e dar um grande abraço espiritual em Deus e agradecer por fazer meu sonho realidade (mesmo sabendo que vou trabalhar 12 horas, como vc comentou ali...rs.) :)

    Continue postando! Teus posts com certeza ajudarão a nós, quase-tripulantes, a acalmar um pouco essa ansiedade que nos tira o sono.

    Bitoca na testa!

    PS: Estou quase lá!!!

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  2. Ah tá! Agora ficou tudo explicadinho, nos mínimos detalhes. A Cris está dizendo que você está detalhando tudo o que pode, desde já, para ter que se explicar menos quando voltar ao Brasil.

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