domingo, 24 de março de 2013

Dia de Sol, Pé Brasileiro & Baleias Havaianas

Do Cairo, pro Ushuaia; do Caribe pro Havaí; do lado de lá para o lado de cá; vivendo tipo Jumper. O guia da van dando "reingueluse" para o oficial da guarda costeira, que por sua vez respondeu com um “aloha” cheio de energia. Passeio de caiaque, depois de quatro dias de mar, sem internet ou qualquer tipo de comunicação (algo relacionado a problemas com fibra ótica); primeira parada em um lugar em que nunca imaginara me ver parado: Hilo, Havaí. Almoço, cochilo, calçados engraçados (Vibrams, os que parecem luvas), fones tocando Israel Kamakawiwo (ícone musical da Cultura Havaiana), boca salivando depois de comer sorvete artesanal de chá verde com banana e macadâmia. Corte no pé, andando sobre conchas e corais; cor de camarão, tão relaxado que o pé já nem incomodava; flutuando sobre as águas da piscina natural formada pelos recifes, tomando meu tempo para aproveitar o tempo... GRITO! Olho para uma criança que aponta para o mar; não muito distante, avisto a razão para tanto ruído; duas baleias surgem a menos de duzentos metros de distância, um show que duraria uns quatro minutos. Dia de mar... Dia de porto! Sinto-me como na fábula do La Fontaine: Eu me esforço, eu trabalho, eu resisto e depois... Depois eu descanso! Como meu irmão diria ultimamente: -Aí sim eu vi vantagem! Mahalo.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Esse Negócio que Você Faz Vale a Pena?

"Hoje de manhã, atravessando o mar, vou me perder vou me encontrar, a cada vento que encontrar." Nem eu imaginava que um dia seria assim. Há dois meses atrás eu estava no Egito e agora estou a menos de oito horas de pisar no quintal de casa a bordo do Grand Princess, navio em que sigo trabalhando há dois meses depois de duas inesperadas transferências. Foram mais de quarenta paradas diferentes em um período abrangendo pouco menos de seis meses. Inglaterra, Roma, Egito, Grécia, Atenas, Turquia, Itália, Croácia, Portugal, Porto Rico, Caribe, Barbados, Antígua, Estados Unidos, sério! Foram tantos lugares, tantas lembranças boas, tantas pessoas que conheci, um monte de adversidades, que juro, se você me perguntar se vale a pena? É provável que eu responda com uma pergunta: Vale a pena? Poucos são os que lêem o que escrevo, mas deles, muitos já me advertiram quanto ao fato de que que não vou poder fazer isso por muito tempo, sério, quer saber a verdade? Vai durar enquanto tiver que durar, pois aqui comigo garanto que de mil tripulantes, pelo menos uns setecentos são apaixonados pelo mar; se eu for juntar todos só na minha companhia, são quase treze mil que vivem do mesmo jeito e dividem a mesma paixão e motivação. A cada ano mais e mais navios surgem, a cada dia, mais e mais tripulantes aparecem, a cada dia, adicionamos um porto e um desafio novo a nossa agenda; enquanto isso alguns parecem viver cada dia se preocupando se amanhã é segunda feira. Não sei você, mas eu e meus amigos somos pagos para não nos preocuparmos com isso. Ontem foi dia de mar, nos esforçamos ao máximo, eu acordei e prometi para mim mesmo que faria o melhor possível, investi toda minha energia em cada minuto, segui constante das sete da manhã até oito da noite. Hoje é dia de porto, não vou trabalhar! E você? Sério? Vai me perguntar se vale a pena? Depende? Chuva molha?

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Esse Ano, Eu Não Tentarei Nada de Novo

Eram duas da tarde, o barco ancorado em São Martin, e eu pronto a disparar para mais uma hora de corrida. Tênis, protetor solar (fator 30, livre de parabenzeno), fones no ouvido, óculos de sol, bermuda e sem camisa. Trilha sonora a base de um set de eletrônica que copiei há alguns meses atrás. Saí, cruzando ruas e avenidas em direção à praia, alcancei a linha do mar azul caribenho, dei alguns sprints pela areia, voltei ao calçadão diferente do de casa, admirei os bares cheios de turistas e as mesas recheadas de taças de pina coladas e margaritas, olhei para o Garmin no pulso, que já marcava doze, treze por hora; diminui o ritmo para dar tempo de admirar o cenário a minha volta, de repente a música acabou, morreu a bateria do Ipod, e já que estava mais do que na metade do percurso, guardei o player no bolso e continuei a sessão. Realidade? Foi o melhor que poderia ter acontecido, é só surgir um silêncio, por menor que seja; para os sentimentos começarem a falar e o racional começar a querer fazer mais sentido. Não me preocupei em fazer novas resoluções para 2013, continuo um processo de construção das que escolhi para mim há alguns anos atrás. Mas ainda assim, como de efeito genial, ali, entre passadas gigantescas e um quadril pedindo chega, concluí algo que assim que voltei à minha cabine, registrei no papel. Esse ano, eu não quero tentar fazer o que nunca fiz. Não quero tentar fazer a diferença. Não quero tentar me acostumar com mudanças, não quero tentar ser o melhor no que eu faço. Eu definitivamente não nasci para tentativas. Desisti de tentar e desejo, do fundo de todo meu entusiasmo que todos também parem de tentar. Esse ano eu farei o que nunca fiz. Eu farei a diferença. Eu farei mudanças e me adaptarei a elas. Eu serei o melhor, sem competir contra os outros, mas contra mim mesmo. Eu não tentarei, pois todas às vezes que disse “vou tentar”, aceitei desde o principio a existência do erro. Esse ano farei experimentos, e de cada um deles, buscarei o êxito. Hora de continuar minha busca. Atue.