segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Do Universo ao Adverso

Acordo. Chega a hora de que já não dá para ser o mesmo. Mudou. O tempo. As horas. O barco. A menina do cabelo dourado já não está no reflexo do espelho quando passo em direção a minha sala. Não têm italianos lá fora... Agora são croatas! O que vim fazer no outro lado do Mediterrâneo? Não sei! Recordo-me do “Alto da Compadecida”: - Não sei, só sei que foi assim. Tudo o que é, pode não ser. Pode ser que seja, mas se realmente for, o que é? Até quando será?! Terá planos? E até quando serão planos? Enxergará curvas no caminho? Vai fazer três meses desde que voltei para meu terceiro contrato. Para quem não sabe, hoje trabalho como instrutor de fitness a bordo de navios. Sou responsável por administrar aulas básicas de ioga, pilates, ciclismo, corrida, alongamento, boxe, tai chi, treinamentos em circuito para um público variado. Comecei no Rubi Princess, fiz amigos, conheci uma menina fora de série, visitei lugares absurdos, me desafiei, criei vínculos, mas contra minha vontade recebi uma visita desconfortante do Adverso. O adverso veio para me avisar que por conta da saída de um dos instrutores, eu teria que ser reposicionado para outro navio. Larguei tudo para trás e aqui estou eu, me desafiando novamente em um lugar outrora visitado. De volta ao Crown! O mesmo navio onde eu começara minha aventura há quase três anos atrás. Ainda estou me acostumando com o ambiente, mas admirado com a excentricidade dos novos portos: Dubrovnik (Croácia), Corfu (Grécia), Katakolon (Grécia), Atenas, Mykonos (Grécia), Kusadasi (Turquia), Santorini (Grécia), Slipt (Croácia), Alexandria e em Dezembro surgirão mais alguns. De corpo entusiasmado, mas com meu coração ainda com cara de assustado, me pergunto enquanto miro meu reflexo no espelhar do monitor: - Fazer o quê? Saudade uma hora passa. Navegante, só me resta navegar! “O mar em que eu navego é a saga em que eu sigo as cegas.”

sábado, 15 de setembro de 2012

Pausa Para Dois Goles D’água e Entusiasmo

Se informação fosse sinônimo de poder, bibliotecários seriam milionários. Informação só nos dá poder quando somos capazes de transformá-las em ação efetivamente. Quantas foram as vezes em que alguém tentou te ensinar algo e você debilmente não deu valor a oportunidade? Foi aprender por conta própria, dias depois através de seus próprios erros. Veja se concorda comigo? Tem dois tipos de pessoas no mundo: as que deveriam e as que devem (precisam) tomar uma atitude. As que deveriam são aquelas que passam a vida toda dizendo que deveriam estudar mais, deveriam trabalhar menos, deveriam comer melhor ou deveriam tentar correr um dia desses. As que devem são aquelas que vez por outra se esquecem de quem realmente são, mas que quando no auge do entusiasmo, são capazes de dizer que devem mudar, devem lutar, devem reagir, devem ser elas mesmas, devem e devem agora, pois amanhã já é tarde. Cada dia é uma nova chance para se enxergar a importância de transformar os “deveríamos” em “devemos”, sempre com a certeza de que estamos fazendo o possível para alcançar o que temos em mente. Se eu tive momentos em que deixei me desanimar, os sobreponho com momentos de inspiração e entusiasmo, que, diga-se de passagem, vem do grego “en theos”, convertendo para o português: Em Deus. Não! Não quero dissertar sobre religião! Mas sentir-se entusiasmado é ou não é uma sensação incrível?! Conclusão: Entusiasmo vale mais do que dois “Pai Nossos” e uma “Ave Maria” da boca pra fora!