segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Doze Dezembro

“A casca do corpo é dura e esconde uma população curiosa, são idéias que vivem ali dentro e passam por transformações constantes. As histórias de dois mil e onze passagens deixaram na boca do camaleão o “doze” desejo de ir em frente; por conta delas e por felicidade de vinte e três passagens por qual passara substancialmente o mesmo segue seu legado.”

Trezentos e sessenta e cinco dias no ano e os números em ordem progressiva ainda não me dizem nada; buscando por conclusões, a única que colho da calculadora, é o desejo de transformá-las em rima e poesia.

O tempo voa quando se faz o que gosta; no barco então, dá até a impressão que estamos navegando com potência em dobro. O tempo por outro lado pára, às vezes. O tempo pára.

Acho que essa é uma das maiores provas que encontrei até hoje para ter razões em acreditar no que o Gabriel cantava: “Se a gente muda o mundo, o mundo muda com a gente” e isso inclui o tempo.

Tomo dez horas em pé, vendendo minha vida em busca de notas de papel e momentos de folga; tem dias que leva uma infinidade para o ponteiro do relógio girar.
Por outras vezes, em outras áreas do relógio, o ponteiro parece girar mais rápido, tipo outro dia quando desci em Grande Caimã.

O gerente me avisou que a excursão na qual eu iria participar de início tinha sido cancelada e por fim eu teria que ir a outra. Acabei em uma lancha só para mim!

Lembro claramente do pé trêmulo no acelerador enquanto o “barquinho” pilotado por mim cortava as ondas azuis, feito manteiga. De relance olhava o painel marcando números que variavam de oitenta a noventa quilômetros por hora, sentia o coração dançar dentro do peito e admirava as sombras dos corais no fundo do mar. Depois de alguns bons momentos, paramos em alto mar, ainda bem distantes da ilha, para uma explicação quanto ao rife sobre o qual estávamos.

Daí eu me recordo de pular da pequena lancha e ser puxado pela gravidade.
Como se acabara de ter sido transportado para uma nova dimensão, eu só via ao meu redor peixes de cores radiantes e corais que pareciam dançar acompanhando a correnteza das águas; ficamos ali quase duas horas admirando tudo através das máscaras de mergulho. Foi bom, muito bom! Mas passou rápido.

Já ouvi e já li que os dias estão ficando mais curtos; curtos ou não, o ano rendeu bastante quando penso que Janeiro já não está ali atrás, mas sim, logo ali na frente.

Dois contratos com o Crown, cheio de novas pessoas, mergulhos, passeios, comidas que nunca pensei que comeria; férias de dois meses, textos e desenhos, filmes, músicas que já dão para escrever um livro só de pensar.

Sem contar com cada ilha do Caribe, países que já não consigo contar nos dedos: México, Estados Unidos, Canadá, Portugal, França, Holanda, Groenlândia, Islândia, Inglaterra, Escócia, Irlanda (do Sul e do Norte). Cinqüenta e seis portos visitados! Posso dizer que está valendo o tempo e esforço. Esse provavelmente será o último texto antes do Natal, meu aniversário e Ano Novo, sendo assim, não vou perder tempo com os dizeres de sempre, mudarei:

Torne o Natal de alguém feliz e nunca para de buscar sua própria felicidade. O vinho que servirá só dura até a última gota da garrafa; porém quanto dura um sentimento?

Deixa eu navegar.