domingo, 20 de novembro de 2011

Gelatina, Jazz & Caribe

Ognjen está ouvindo Cinematic Orchestra, um grupo que conheci há poucos dias; misturam rap com soul, jazz com mestre de cerimônia, piano com raiva, tipo de música que cai bem com um bom headphone e um pote gelado de gelatina. Eu estou sentado na frente do Positivo escrevendo umas palavras que vão passando na batida do bumbo e no balanço da onda lá fora, a escotilha do quarto 4254 está aberta. Ele não para de falar enquanto eu escrevo. Eu não paro de escrever e rir enquanto ele fala. Meu companheiro de quarto é um cara legal, um tanto quanto revoltado às vezes. Já eu, sou um revoltado de quarto um tanto quanto legal imagino (espero).

Pulando a introdução, indo direto ao prato principal, eu tenho que marcar no papel digital que felicidade é mais do que um monte de fotos e risos. A meu ver, “feliz” é uma chuva de sentimentos e argumentos registrados de sigo pra sigo mesmo, cada um tem sua noção individual do que é o adjetivo; então dá um tempo e deixa-me navegar.

Novembro, doce novembro... Não! Até então salgado, um tanto salgado novembro! É que desse lado não posso deixar de me embebedar de bronze e água do mar; as praias daqui revitalizam qualquer corpo cansado. Tenho trabalhado bastante, mas faço valer à pena.

Muitos foram os lugares por qual tivemos oportunidade de visitar desde que deixamos a Europa e voltamos para América. Quebec, Saint John, Sydney foram alguns dos portos que visitamos no Canadá. New Port, Portland, Boston, Charleston, Charlottetown, Nova York, grandes portos da terra do Big Mac.

Passamos também por dez dias de Dry Dock (“doca seca”), período em que o navio entra em manutenção e por fim, seguimos para Port Everglades (Miami) para uma nova temporada Caribenha.

Os cruzeiros agora são de sete dias: um dia em Princess Cays (Bahamas), um dia de mar, um dia em Curaçao, um dia em Aruba, dois dias de mar e de volta a Miami. Haverá semanas em que o itinerário mudará incluindo Roatã (Honduras), Ilhas Cayman, Belize, Cozumel (México) e Bonaire.

Já conhecia Princess Cays do contrato anterior, quanto a Curaçao e Aruba são lugares incríveis. Tirei um dia em Curaçao para fazer snorkel (aquele mergulho com pés de pato e uma máscara esquisita com um tubo para se respirar), fomos até um barco naufragado onde nadei cercado por mais de quinze tipos de peixe. Em Aruba aproveitei para correr até a praia (Palm Beach), uma hora de asfalto, quase duas de terra e areia que farei questão de repetir.

As duas ilhas, ambas protegidas pela UNESCO, são colônias holandesas, apesar de independentes. Lá todos falam Papiamentu (língua local), Espanhol, Inglês e Alemão. Estou animado com esse clima de sol e praia e a maré mais uma vez se mostra a meu favor.

Semana passada, descobri que serei transferido para o departamento de excursões. Por conta disso, tenho a obrigação de conhecer as opções que oferecemos aos passageiros; nada melhor do que experimentar cada uma das opções para ter certeza.

Voltei a Aruba semana passada e visitei os principais pontos da ilha. Um jardim de Borboletas, uma fazenda de Avestruzes, uma ilha com brinquedos aquáticos e bebidas exóticas, um ponto excelente para snorkel, um farol com mais de duzentos anos e uma ponte natural que passa sobre o mar.

Amanhã estarei em Cayman. Hoje é domingo, já escrevi o bastante. Vou comer minha gelatina e descobrir o que tem ali no horizonte. Já volto.