sábado, 22 de janeiro de 2011

Quero Ver Até Quando

Me perguntaram outro dia como eu faço para estar sempre sorrindo, achei estranho. Embarquei para trabalhar com um grupo de pessoas sobre um aglomerado de máquinas e toneladas de ferros flutuantes, onde um dos princípios mais citados é lembrar que estamos sempre no palco; sendo assim, por que me fazer essa pergunta?

Vai fazer um mês que estou aqui e até então sigo sorrindo, nem sempre aquele sorriso largo que damos quando vemos algo engraçado, nem sempre aquele sorriso que preconiza uma gargalhada compulsiva, mas ainda assim sorrindo.

Sorriso: o principal instrumento que levo todos os dias para dentro do escritório além da garrafa d’água.

Tem pessoas que parecem perder tempo contando os dias para te ver reclamar, outros que parecem contar os dias para poder reclamar, aqueles que parecem contar os dias em que vão reclamar, outros que parecem reclamar apenas por não ter do que reclamar!

Navio: Toneladas de ferros (e reclamações) flutuantes indo mais uma vez para a ensolarada Cozumel.

Não quero que tenham a impressão de que as pessoas aqui não são felizes, pelo contrário, a energia dentro desse grande barco é sempre muito intensa e positiva, porém... vai ter bicho igual o homem para reclamar!

Não sou diferente, também tenho os meus momentos, mas sinceramente, estou no maior clima com o mar. “Viver e não ter a vergonha de ser feliz”. O navio me deu asas, e tem uma força que todos os dias me ensina mais um pouco como voar. Sigo feliz.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Trezentos e Sessenta e Cinco Dias

Muita coisa aconteceu desde nosso último contato. O ano virou, passei meu primeiro aniversário longe de casa, longe dos amigos, mas ainda assim feliz. Tenho dentro do peito aquele sentimento de êxito que não me deixa escapar por um segundo, que foi por conta do esforço de poucas pessoas, minha mãe, irmão e pai em primeiro plano, que eu cheguei até aqui.

Quando penso em cada um deles, sempre me lembro do tempo que foi dedicado a minha educação, alimentação e desenvolvimento; minha mãe sem dúvida não gosta de ouvir isso, mas vivi e ainda vivo um mundo capitalista; grande parte do que temos a agradecer se refere ao dinheiro.

É claro que agradeço pelo carinho, pela atenção, pela liberdade de expressão, pelo diálogo, pela diversidade e aceitação, mas não posso deixar de lembrar que para isso tudo acontecer eu precisei de comida, casa, conforto e outras bugigangas e “alguma coisa” players. Viver é um ato de espírito, mas também envolve capital; poucos tiveram tudo o que eu tive e quando coloquei na cabeça que embarcaria só tinha uma certeza: quero que mais alguém lá na frente possa ter tudo o que eu tive e tenha a chance de ajudar não só a uma como a muitas pessoas.

Trabalhei muito por esses dias, porém não posso deixar de citar a energia que é possível sentir em determinados lugares: ficar bêbado sem ter que beber, sentir-se em uma viagem sem fim sem droga nenhuma, é tudo incrível! O aniversário foi sem bolo, mas foi doce como uma das trufas da Cris; visitei Cozumel, umas das ilhas do México.

Lá existe um bar chamado “Noname”, foi aberto algumas décadas atrás por um casal de ex-tripulantes, tem piscina, sol, música e a tal da Corona, a famosa cerveja mexicana!

Visitei Saint Thomas, Barbados e Dominica, ilhas diferentes do Caribe. Fiz uma excursão um dia desses, um circuito completo de tirolesas no meio da floresta, foi muito legal, mas infelizmente não é permitido tirar fotos.

O tempo segue e eu aqui no balanço do mar, só posso afirmar uma coisa: Tudo novo que vejo é um desenvolvimento do velho, seja que, não existe o novo ou o velho, apenas existe.

O meu ano novo já começou faz tempo. Amo vocês! Fiquem com Deus que eu vou com Ele voltar para o barco.