segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Você É Quem É Você

Você é o que você come. Eu não sei nem mesmo explicar o que é glucamato de sódio ou emulsificante a base de leticina de soja, então quem sou eu? Pare. E pense. Nós brigamos, discutimos, perdemos fios de cabelo, ganhamos peso e perdemos a paciência seja no escritório, casa, viagens, reuniões familiares e até mesmo em eventos festivos no intuito de provar nosso ponto de vista; mas no fim quem somos nós se não sabemos nem a razão pela qual optamos por isso ou aquilo? No fundo qual é realmente o nosso ponto de vista se quando o duelo de dúvidas termina, resta cansaço, esquecimento, desculpas e águas passadas. Pare. E reflita. Refletir. Gostei disso, o negocio funciona! Poupa tempo, afinal só você mesmo para se interromper; não faz barulho, a menos que você também fale sozinho; é imparcial, mas favorece sempre o seu lado e ainda te dá quatro a cinco conclusões seguidas de oito a dez novas dúvidas que você nem mesmo tinha. Vivo como em uma prova de química, minha estratégia é responder as perguntas mais fáceis primeiro (as fáceis são aquelas que têm resposta), daí sigo para as mais difíceis e se não consigo responder, pulo. Li que é da natureza humana tentar achar uma razão para tudo, e se está difícil aceitar que existem perguntas sem resposta, sugiro o uso de ferramentas valiosas como os koans (provérbios, diálogos ou perguntas provenientes do budismo que servem como auxílio à meditação). Ainda assim vale ressaltar, que existem perguntas fáceis. Por que você come carne? Por que você trabalha aqui? Por que você quer casar? Por que você não muda? Quem disse que você não pode? Por que você ainda não abriu um plano de previdência? Lembre: as fáceis são as que você consegue responder de primeira, e não importa se no final tiver sido a alternativa errada, desde que você aprenda com suas escolhas ( e desde que você se desafie a “errar”). Outro dia estava assistindo Revólver, um filme de 2005 com o Jason Statham, o careca com voz rouca do filme Carga Explosiva. Tem uma passagem em que alguém diz: “Se você muda as regras do que controla você, você muda as regras do que você pode controlar”. Tente. Mude. Repense o que considera importante. E viva. Mas antes, responda: Quem é você? Nilo Lima (hoje) é um garoto cabeça aberta, sem camisa, com calcanhar direito dolorido (pedalando em Katakolon) e clavícula esquerda estalando (menos peso da próxima vez) na frente do computador, terminando o texto que você lê, satisfeito por ter comido mais uma refeição balanceada, tranquilo, grato, moderado, sem picos de felicidade ou tristeza, relendo o último parágrafo enquanto o navio suavemente balança antes de chegar a uma pequena ilha chamada Mykonos.

Um comentário:

  1. Caro irmão e amigo, poeta, desenhista, músico, cantor, palhaço e personal, outras muitas coisas mais... Já não me supreendo com as suas sequentes superações! Novamente você escreveu coisas incríveis, de uma forma atraente e com muito conteúdo. Parabéns! Chego à conclusão, dado os dotes culinários de minha amada esposa, de que sou um punhado de coisas boas e temperadas, cada dia melhor. Esta, em tempo, anda muito preocupada contigo! Ela anda achando que você surtará em breve e eu, que te conheço bem, sei que você já está surtado faz tempo! Meu caro glucamatosinho, fico feliz que estejas bem e que não se deixe atormentar pelas inúmeras perguntas que trazem as respostas. Sua estratégia é ótima e muito inspiradora. Vou me ater mais às perguntas fáceis da prova da vida daqui para frente, quem sabe desta forma eu não fique livre da recuperação do juízo final? Cuide da clavícula.

    ResponderExcluir