segunda-feira, 31 de outubro de 2011

De Nilo a Navegante

Nasci. Brinquei. Nunca fui de jogar bola, mas joguei videogame. Queria um Playstation, não tinha, então desenhava e jogava Nintendo. Sofria bullying na escola, ia para casa, matava no lápis os monstros que me assustavam. Além de Deus, pais e irmão, aprendi a ser meu melhor amigo. Um noite meu pai me beijou e saiu para seu último copo; não chorei e fui brincar.

Descobri o que era asma e nebulização. Entre crises e saudade, a vida melhorou. Mudei de casa e de escola, ganhei um Playstation. Conheci meu primeiro melhor amigo. Um ano depois, percebi que ele me fazia de otário; descobri o que era e resolvi virar bobo. Minha mãe me colocou no inglês, eu não queria e meu irmão me convenceu. Tinha talento com o inglês e decidi que queria ser professor. Resolvi fazer Letras.

Passei no vestibular, mas resolvi prestar serviço militar (obrigatório). Já nos meus dezenove, a faculdade era um saco. Nas aulas, eu desenhava e escrevia. Virei professor em um curso particular (naquele onde eu estudara). Passei a escrever mais do que a desenhar e assim descobri a rima e poesia. Conheci novas possibilidades e resolvi que iria trabalhar em cruzeiros. Economizaria e abriria um pub, hostel, restaurante, estúdio com o dinheiro poupado.

Dois anos depois me formei em Letras, terminei o Espanhol, pedi as contas e comecei a trabalhar em um dos melhores hotéis do Rio (por sorte, destino ou concidência; o curso e o hotel tinham uma parceria). Corri atrás do que desejava; corri literalmente: Cinco, dez, dezesseis e vinte e um kilômetros até a chegada! Quando parei para respirar, já estava arrumando as malas para meu primeiro embarque. Fui amado, amo os que fizeram e fazem parte de tudo isso e sigo Navegante. Amo a vida.

Um comentário:

  1. eu as vezes, sinceramente, acho que nao te conheço como deveria

    G. Alencar

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